18 novembro 2008

Hokyo Zanmai - 22º Comentário de Deshimaru

Quando se diferenciam,
cada um possui suas normas.
Porém sejam esses ensinamentos dominados ou não,
a realidade escoa constantemente.

No Sandokai está dito: "Ligar-se à prática é ilusão". E, no Zazen Shin, encontra-se esta frase:
"Dado que esta intimidade nunca é reta nem oblíqua, ela se despoja de si mesma inconscientemente, sem autoconsciência".

As obras mais elevadas, as caligrafias mais fortes, são feitas sem artifícios, sem falsas tensões, sem finalidade nem espírito de ganho.

A propósito deste assunto, há uma história interessante.

Em um pequeno templo perdido na montanha, quatro monges faziam zazen. Eles haviam decidido fazer um sesshin em silêncio absoluto. Na primeira noite, durante o zazen, a vela se apagou, mergulhando o
dojo na escuridão profunda. O monge mais novo disse à meia voz: "A vela acaba de se apagar".
O segundo respondeu:

"Tu não deves falar, é um sesshin de silêncio total!"

O terceiro acrescentou:

"Porque falais? Devemos calar-nos e permanecermos silenciosos!"

O quarto, que era o responsável pelo sesshin, concluiu:

"Vós sois estúpidos e malvados, apenas eu não falei!"

Dogen disse: "Nossa vida é assim: uma vaca saindo do seu estábulo, os chifres, a cabeça, o corpo inteiro está do lado de fora, e o rabo continua preso na porteira!"

Mesmo que ocorra efetivamente satori, é preciso ir além, quebrar, partir o Hokyo Zanmai.

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