21 setembro 2008

Hokyo Zanmai - 17º Comentário de Deshimaru



Se estiver misturado,
Há felicidade.
Mas não devemos cometer
Nenhum erro.
Aquele que elimina as ilusões e os impedimentos, que atinge o despertar, toma consciência de que não há nehuma diferença entre o mundo da transmigração e o nirvana, entre os fenômenos e a vacuidade. A grande compaixão consiste, então, emnão procurar permanecer onde quer que seja, seja no satori, no não ter qualquer finalidade, ou se harmonizar com os outros. O individualismo talvez seja necessário para escalar a montanha, mas também é preciso descer! E, na vida quotidiana, se a sabedoria é necessária, também é preciso muita loucura!
Sabedoria e compaixão estão intimamente misturadas, perfeitamente fundidas, da mesma forma que o satori e a ilusão. Buda e nós mesmos, o mestre e o discípulo, o homem e a mulher. Esta mistura íntima, esta fusão perfeita, é a verdadeira felicidade.
O que são essa sabedoria autêntica e essa grande compaixão? Mestre Manzan responde com um poema:
"As nuvens brancas descem no vale profundo e se esvanecem,
Apenas o cume da grande montanha verde se veste no céu".
Quem são as pessoas que têm essa grande compaixão e essa verdadeira sabedoria?
"É um velho eremita de cabelos brancos.
Sua ermida está num vale profundo.
Ele sai, vai até ao mercado da pequena aldeia,
E se mistura intimamente com o povo".
"Ele não vem mais do que não vai.
Buda torna-se como uma criança".
Já se viu, Buda e o bebê têm o mesmo estado de consciência Hishiryo, mas o Buda tem a consciência suprema, enquanto que o bebê não a possui.
Hishiryo é a consciência ampla, sem limites, infinita, cósmica, além das categorias, cuja velocidade é maior que a da luz: em zazen, podemos ir até o fundo do cosmo, e pensar desde o âmago do não-pensamento.

Nenhum comentário: