Ao fazermos zazen, é desejável que tenhamos um quarto calmo.
Com efeito, um ambiente tranquilo é desejável. Mestre Deshimaru falava frequentemente do dojo de Pernety, dizendo que aquele dojo era muito calmo: "Para Paris, este dojo de Pernety é verdadeiramente tranquilo. Avallon também é muito calmo". Nada mudou. Pode-se dizer até que o dojo de Tolbiac é mais adequado do que o de Pernety. É maior e mais silencioso. Embora localizado em um bairro muito frequentado, está protegido dos ruidos da cidade.
Certamente, com o hábito do zazen, podemos praticar por toda a parte, não importa onde nem quando. Não temos nem mesmo a necessidade de ter um dojo. Nem temos mesmo a necessidade de uma estátua de Buda. Nem temos mesmo a necessidade de um zafu (várias vezes pratiquei sobre meus calçados...). Para um velho praticante, é evidente que mesmo em pleno cruzamento de uma cidade movimentada pode-se estar só, como na montanha. Mushin, não-mente: eis a verdadeira montanha. É o que Mestre Dogen diz no primeiro parágrafo do Fukanzazengi: o Caminho é onde aqui onde estamos. Porque ir a algures? O verdadeiro dojo se encontra sob o céu. Prestem apenas atenção onde vocês colocam os seus pés. Seja num dojo, num templo, num quarto, numa gruta como aquela de Bodhidharma.
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