Entre todos os budas, nos três mundos (passado, presente e futuro), nenhum sabe que tem a natureza buda. Mas os gatos e as vacas sabem muito bem.
Não se trata de um koan, mas simplesmente de uma maneira metafórica de falar. Isso quer dizer que um buda (isto é, um homem desperto) não pensa se tem ou não a natureza de buda. Aquele que é desperto não pensa, “Eu, eu sou desperto, ele não é” – este é o pensamento do homem não desperto. “Mas os gatos e as vacas sabem muito bem”. Apenas os animais, apenas o espírito da ilusão, assim pensam.
A primeira vez em que me confrontei com essa maneira de ver, fiquei fortemente tocado. Pois isso queria dizer para mim que aqueles que praticam zazen não são melhores que os outros – “melhores” no sentido de que nós que praticamos obteríamos aquilo que os outros não podem obter... Algumas pessoas vão logo se dizer, “Mas, nesse caso, porque fazer zazen?” Um dia, durante um sesshin no Vale de Isère, Mestre Deshimaru havia dito algo semelhante. Um praticante se levantou em pleno meio do zazen e gritou, “Então, porque fazer zazen?! Para mim acabou, não sou idiota como vocês!” E partiu batendo a porta. Este é o espírito comum. Esse doutor pensava que era necessário, para praticar o Caminho, procurar ou criar qualquer coisa nova. Isso é falso. Tudo já está aí.
Esse é um ponto muito importante, mesmo no zen soto. Muitas escolas soto praticam o samadhi para alcançar o despertar, enquanto na nossa prática, ensina-se que o zazen e o satori são uma mesma coisa. É o zen imediato, o despertar imediato, sem graus, sem progressão, sem escalas, sem etapas, livre de todo entrave. O momento presente. A prática torna-se ela mesma realização, subitamente. Subitamente unidade. Assim, com as primeiras frases do Fukanzazengi, Mestre Dogen começa direto no cume da montanha. Não há progresso a fazer, ele nos diz. Não há montanhas a escalar, uma após a outra. Nada a subir. Mas isso não quer dizer que nada se passe: o espírito muda, é tudo.
A primeira vez em que me confrontei com essa maneira de ver, fiquei fortemente tocado. Pois isso queria dizer para mim que aqueles que praticam zazen não são melhores que os outros – “melhores” no sentido de que nós que praticamos obteríamos aquilo que os outros não podem obter... Algumas pessoas vão logo se dizer, “Mas, nesse caso, porque fazer zazen?” Um dia, durante um sesshin no Vale de Isère, Mestre Deshimaru havia dito algo semelhante. Um praticante se levantou em pleno meio do zazen e gritou, “Então, porque fazer zazen?! Para mim acabou, não sou idiota como vocês!” E partiu batendo a porta. Este é o espírito comum. Esse doutor pensava que era necessário, para praticar o Caminho, procurar ou criar qualquer coisa nova. Isso é falso. Tudo já está aí.
Esse é um ponto muito importante, mesmo no zen soto. Muitas escolas soto praticam o samadhi para alcançar o despertar, enquanto na nossa prática, ensina-se que o zazen e o satori são uma mesma coisa. É o zen imediato, o despertar imediato, sem graus, sem progressão, sem escalas, sem etapas, livre de todo entrave. O momento presente. A prática torna-se ela mesma realização, subitamente. Subitamente unidade. Assim, com as primeiras frases do Fukanzazengi, Mestre Dogen começa direto no cume da montanha. Não há progresso a fazer, ele nos diz. Não há montanhas a escalar, uma após a outra. Nada a subir. Mas isso não quer dizer que nada se passe: o espírito muda, é tudo.
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