Quando o reto e o oblíquo,
Encontram-se e se prendem
(como as pernas em lótus)
Maravilhosamente há
Pergunta e resposta misturadas.
No Zen, nós olhamos, observamos a natureza como se olhássemos as imagens de uma televisão. Diante de uma tela de televisão ou de cinema, nós sentimos as emoções subjetivas, podemos entrar na televião pelo reflexo. Mas, desligado o botão, o reflexo interrompido, nossos reflexos também terminam e a televisão volta a ser simplesmente uma televisão. Agora, vivemos a natureza e, neste mundo, estamos como que olhando a televisão. É como se estivéssemos "entrados" no programa , vivêsssemos no interior. Nossa visão da criação é subjetiva. Não podemos observar a realidade objetiva. Não podemos observar a realidade objetiva porque somos sempre "reflexo". Enquanto que tudo está em perpétua mudança.
Zazen corta o contato com a televisão. Tudo se esvanece, não há mais nada, o reflexo desaparece. Depois da morte, teremos este olhar objetivo. Devemos observar uma televisão escura. Isto é um koan! Podemos ver, mas não podemos compreender o que será nossa visão depois da morte. Em zazen, digo sempre: "Observar do fundo de seu caixão". É o mundo de Hishiryo.
"Após o fogo a madeira torna-se cinza. A madeira não pode contemplar as cinzas e as cinzas não podem ver a madeira", dizia Dogen. A madeira é o mundo da natureza, da matéria viva. A cinza é a morte, o mundo do espírito. Agora, vivemos uma televisão em movimento, em seguida, veremos uma televisão sem movimento, imóvel, objetiva.
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