Se as seguirdes [as palavras], sereis pegos em armadilhas,
se as negligenciardes, tombareis na dúvida.
As palavras do Mestre não tocam o discípulo ao qual falta profundidade. Do mesmo modo, o Mestre que duvida demais de seu discípulo não poderá transmitir-lhe seus ensinamentos. Devemos possuir a compreensão além das palavras. Este é o ensinamento desse quarto poema. Pelas palavras, compreender o que é a consciência. O importante é o que se quer dizer, não o que se diz. A maior parte das pessoas, escravas das palavras, aí se deixam capturar.
No mondo, a resposta do Mestre não é uma resposta como de um exame. O Mestre deve ter uma compreensão completa do discípulo, compreender seu estado de consciência pela cor de seus olhos, de seu rosto, compreender por intuição...
Se somos perturbados pelas palavras, não podemos sentir o verdadeiro estado de consciência escondido por detrás delas e caímos em armadilhas. Se duvidarmos dessas palavras, chegamos ao impasse do ceticismo. A importância essencial do mondo vem da colocação em prática desses pontos.
Compreender a consciência de nosso interlocutor... Se o Mestre se deixa perturbar pelas palavras de seu discípulo, não pode compreender sua vontade nem sua consciência. Durante uma conversa, devemos ser capazes de apreender o pensamento de nosso interlocutor, ler em seu cérebro, sem ser influenciado por suas palavras. O Mestre Zen compreende desde a primeira palavra, e pelo tom da voz. A linguagem não é tão importante. Algumas pessoas só se expressam em linguagem diplomática. Elas se escusam... elas se escusam, e seu espírito escapa. A linguagem pode terminar em vã discussão. Por isto o Mestre Zen tem sempre um bastão!
Não deixar traços pela linguagem.
O silêncio é o que há de melhor.
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