Assim como uma criança retorna à sua mãe.
Os quatro elementos são os elementos de base de nosso mundo: terra, fogo, água e ar. Estes elementos pertencem ao domínio do obscuro. Apesar disto, em último recurso, eles se resolvem em pura luz, eles retornam à simplicidade última de seus componentes atômicos. O próprio átomo é o resultado de uma situação de equilíbrio entre forças negativas e positivas, forças de atração e repulsão.
A profundeza, que reune, inclui o positivo e o negativo, o centrípeto e o centrífugo, a concentração e a dispersão, o Yang e o Yin... Cada indivíduo é alvo da contradição de duas tendências primordiais: tendência à autonomia, poder de recusa, manifestação da personalidade, sabedoria, de um lado; tendência à comunidade, poder de inserção, atração de outrém, amor do outro, de outro lado. Em zazen, nós integramos completamente essa contradição, uma vez que, no dojo, estamos ao mesmo tempo sós e juntos.
Nosso caráter é castigado com o mesmo tratamento do aço: para reforçar a resistência, é primeiro aquecido ao rubro, depois temperado na água fria antes de ser forjado.
Eu falo sempre na ordem cósmica. Do que se trata exatamente? A ordem cósmica pode ser vista como a combinação, o equilíbrio, a síntese das forças centrífuga e centrípeta. Em todos os fenômenos, estamos em presença da pulsação destas duas tendências opostas e complementares: união e separação, concentração e dispersão, luz e escuridão, força vital e entropia... A flor dos campos abre-se pela manhã e fecha-se à noite. O coração bate ritmadamente em sístole e diástole. As nuvens de hélio e hidrogênio dispersas no espaço interestelar se concentram, condensam-se e fazem nascer uma estrela. Esta, ao fim de sua existência, explode, dispersando no vazio escuro os materiais que servirão à constituição de novas estrelas, novos sistemas solares...
A física nuclear, a astrofísica, a biologia molecular no confirmam cientificamente, nos dias de hoje, o que Mestre Sekito há mais de um milênio, realizou pela prática do zazen. Os fenômenos retornam ao vazio, de onde procedem, e os quatro elementos retornam à sua fonte,como a criança à sua mãe.
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