Sós os afluentes barrentos fluem na obscuridade.
Esta fonte é o jorro do original, água pura e sem nenhuma sujeira.
Em zazen, se compreendemos nossa personalidade verdadeira, realizamos igualmente o que são nossas ilusões.
O Sandokai é a essência do Zen, sua dimensão é muito ampla, universal.
Se realizamos que a fonte da originalidade pessoal é ku, existência sem númeno, atingimos a compreensão de nossas ilusões e o sem-fundo da consciência infinita. A remontagem do subconsciente e seu cortejo de formações mentais nos fazem compreender a complexidade de nosso espírito e os desejos ilimitados que se elevam dos recônditos da consciência ilimitada.
Se chegamos a esta verdadeira originalidade, realizamos que nossa fonte espiritual é ku... Depois, ku torna-se shiki. A fonte espiritual brilhante e imaculada é poluída pela corrente dos fenômenos de nossa vida.
Permanecer apenas em ku: bloqueados em kontin – adormecimento – entorpecidos, tornamo-nos “demais nada”.
Ao contrário, permanecer em shiki: demais nos fenômenos, em saran – excitação - o arco se complica, fica submerso, “sujo e barrento”.
Uma água estagnada é barrenta. Uma água excessivamente remexida pelos numerosos fenômenos será igualmente suja e poluída. Devemos encontrar o Caminho do meio entre o bloqueio do kontin e a agitação excessiva do sanran.
A raiz torna-se tronco, galhos e folhas. Sobre os ramos, o broto torna-se botão, flor, fruto e, de novo, o ciclo recomeça... Não há nada fixo, é Dokan, a roda da vida, o anel do Caminho.
Ku: Vazio. Vacuidade.
Shiki: Os fenômenos, as formas, as coisas visíveis.
Kontin: Adormecimento, torpor.
Sanran: Excitação.
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