25 fevereiro 2012

Fukanzazengi - 52º Comentário de Coupey


Não fiquem nem um pouco surpresos por um dragão de verdade...

Não nos enganemos com o que é verdadeiro e o que não é, com o que é uma imitação
Eis uma história da China antiga: Sekko colecionava dragões de papel. Seu quarto estava cheio de pinturas de dragões. Ele adorava aquilo. Um dia, um dragão que passava no céu (o céu é ku, o vazio) achou que ia fazer Sekko feliz indo visitá-lo em sua casa, pois assim ele poderia ver um dragão de verdade. Ele enfiou a cabeça pela janela, mas Sekko não ficou nada feliz. Teve tanto medo que caiu desmaiado.
O dragão simboliza muitas coisas. É a realidade, o dragão real, não de papel. E a realidade é também nossa natureza original. Logo, poderíamos dizer que o dragão somos nós ou, ao menos, nós quando estamos em zazen.

Então lhes peço, nobres amigos da prática, peço-lhes imediatamente, a partir da experiência pessoal de vocês (e se o zazen não for uma experiência pessoal, não sei o que seja), a partir da sua experiência do vivido, não tenham medo do dragão, não tenham medo da verdadeira prática do zazen. Não tenham medo de se confrontarem com vocês mesmos, sem se mexerem. Não durmam durante o zazen. Não fujam do zazen pelos seus pensamentos. Nem por seus não-pensamentos. Pois é este o verdadeiro dragão, e esse dragão pode também amedrontar.

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