Praticar o caminho de todo coracão é, isto mesmo, a iluminação em si. Não existe separação entre a prática e a iluminação, ou entre o zazen e a vida quotidiana.
Todos devemos praticar com uma única mente. Assim, quando nos concentramos na prática, na postura, na respiração, na mente, isso é o Caminho. Mestre Dogen, como o Mestre Deshimaru, afirmava que isso é o satori. Não temos que ir buscar em outro lugar o despertar, senão aqui e agora. Pois não há qualquer dualidade entre zazen e satori, mas unidade. A prática é satori. Não há que se esperar o que quer que seja: já está feito.
Ainda que não haja diferença alguma entre aquele que inicia a prática e aquele que pratica há muitos anos, para esse último não existe nem mesmo separação entre a prática do zazen e a vida quotidiana. Prática e iluminação nos acompanham por toda a parte. No dojo e fora dele. Onde quer que estejamos. E progredir torna-se então uma questão de quotidianidade, não uma questão de inteligência ou estupidez. Quotidianidade aqui significa a "natureza imediata e a verdade fundamental de nossa vida de todos os dias". É genjô, ou koan da vida quotidiana, como comer, como falar, como sentar-se, como ir ao banheiro, como dormir. Nesse lugar encontra-se o despertar, a grande liberdade. E nesse lugar, não se requer inteligência alguma.
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