Ao terminar o zazen, devemos mover vagarosamente o corpo, e levantar-nos calmamente. Não devemos nos levantar, ou mover, bruscamente ao término do zazen. Com a força do zazen, se torna possível transcender a diferença entre “comum” e “sagrado” e podemos ganhar a habilidade de morrer enquanto fazendo zazen ou enquanto de pé.
A maneira de nos levantarmos após o zazen é muito importante. Para levantarmo-nos, devemos colocar as duas mãos sobre nossos joelhos, polegares para cima e fechados no interior dos punhos (isto é também um mudra, que representa a paz). Balançamo-nos para a direita e para a esquerda várias vezes em movimentos de amplitude crescente, depois expiramos fundo, uma ou duas vezes. E para levantar, pressionamos o solo com o indicador dobrado.
Mestre Deshimaru fazia uma observação em relação às pessoas que caem no começo do kinhin, o que é bastante frequente quando se começa a praticar. "Essas pessoas, dizia, não estão acostumadas. Seu sistema nervoso autônomo não está completamente regulado. Não é apenas a dor que é a causa, é que elas não conehcem o método de se levantar depois do zazen". Ajeitamos o zafu, apertando-o com as mão contra o solo e, ao mesmo tempo, estendemos fortemente os joelhos - este ponto é muito importante, sobretudo se temos problemas com as pernas ou joelhos. Certamente não devemos nos levantar nem muito lentamente, nem muito rapida ou bruscamente.
Quando o zazen termina, evidentemente não é indicado que nos apressemos ou nos ponhamos logo em seguida a falar. Tanto quanto possível, é melhor permanecer calmo e silencioso. Se, depois do zazen, encontramo-nos sós em nossa casa, isto não é difícil. Mas quando nos encontramos todos juntos é difícil não falar, pois não paramos de nos estimular mutuamente, essa alegria e essa liberdade de expressão sendo um dos efeitos do zazen.
Em todo o caso, esse não é o nosso ensinamento. E atualmente, todos os dojos, tornam-se mais estritos nessas questões. Penso mesmo que acabaremos por proibir inteiramente aos praticantes de conversarem entre si nos sesshins, como já ocorre no Japão e em várias sanghas...
De todas as maneiras, cada um deve ser livre de fazer o que quiser, desde que não atrapalhe os outros. E, ainda que atrapalhe... então? Talvez seja bom ser atrapalhado. Mas não no dojo, eis a regra principal à qual devemos nos ater.
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