O Caminho está onde estamos. Porque ir aqui ou acolá? Não há um discípulo que não conheça essa lição. Encontramo-la por toda a parte. No Shinjinmei, por exemplo, a estrofe 34 nos diz:
Queremos sempre ir a algum lugar. Partir em férias, para a montanha, para o mar, para o exterior. E, se não pudermos, mudar, de casa, para qualquer coisa melhor... Ou, ao contrário, queremos sempre permanecer, ficar onde estamos, não nos mexermos. Queremos ficar no mesmo lugar e não escalar a montanha, chegar ao cume. Queremos permanecer em nosso conforto. Isto é difícil de ultrapassar. Alguns que se consideram maus, querem tornar-se bons; outros que se acham bons demais querem ser percebidos como um pouco malvados...
O lugar que ocupamos durante o zazen não mede mais do que um metro quadrado. Apesar disso, pela prática correta, se não seguirmos nossos pensamentos pessoais, esse metro quadrado contém o universo inteiro. Então, onde querem ir? Onde querem ficar?
Antes de termos encontrado a prática, o mestre, o Caminho, queremos ir procurar em países longínquos. Alguns foram buscar os traços de Don Juan Matus, o sábio mexicano de Carlos Castañeda. Outros partiram para a Índia, para o Tibete, para o Japão. Mestre Deshimaru dizia, “Bem, de acordo, vocês querem ir ao Japão? Então vão como turistas ou em viagem de negócios, mas não percam seu tempo para ir lá para buscar o Caminho. Se quiserem visitar os templos, carreguem uma câmera fotográfica. Entrem pela porta da frente, atravessem o templo, passem ali uns dez a quinze minutos, isso basta... e saiam pelo outro lado!”
Venerar o que é mais elevado em nós mesmos nos faz praticar lá onde estamos. Um ditado taoísta muito conhecido nos diz: “O grande sábio vive na rua, o pequeno sábio entra na montanha”. Não venerem o dojo, nem a estátua de Buda, nem a foto do mestre sobre o altar, mas venerem o que há de mais elevado em vocês mesmos, o que está além de todo conceito pessoal.
Então porque ir aqui ou acolá para praticar?
Essa ideia é repetida em muitos sutras. No Sutra do Lotus, por exemplo, está dito que a verdade está bem próxima, bem perto, que ela não é nem complicada, nem longínqua, mas que nós simplesmente não somos capazes de vê-la... Com efeito, queremos sempre buscar longe. Queremos sempre definir – definir o satori, por exemplo. Mas defini-lo é dele nos afastarmos. Queremos sempre escapar de onde estamos, apenas evitar o aqui, evitar o agora. E, depois, inversamente, queremos voltar sobre os nossos próprios passos, mas não podemos mais, e então sentimos remorsos, pois pensamos que teria sido melhor... Eu frequentemente ouvi antigos praticantes dizerem que “na época do Mestre Deshimaru era melhor”. Mas os que não conheceram o Mestre Deshimaru crêem que na época de tal ou qual discípulo do Mestre Deshimaru era melhor... Um dia, alguém me disse que era melhor a época do dojo de Keller do que agora na rua Tolbiac. É a verdade que se afasta. É niho, dois elementos. Ni quer dizer “dois”; ho quer dizer “dharma, existência”.
“Se vos expressardes livremente, isso se torna natural.
No corpo, não há qualquer lugar aonde ir ou permanecer.”
No corpo, não há qualquer lugar aonde ir ou permanecer.”
Queremos sempre ir a algum lugar. Partir em férias, para a montanha, para o mar, para o exterior. E, se não pudermos, mudar, de casa, para qualquer coisa melhor... Ou, ao contrário, queremos sempre permanecer, ficar onde estamos, não nos mexermos. Queremos ficar no mesmo lugar e não escalar a montanha, chegar ao cume. Queremos permanecer em nosso conforto. Isto é difícil de ultrapassar. Alguns que se consideram maus, querem tornar-se bons; outros que se acham bons demais querem ser percebidos como um pouco malvados...
O lugar que ocupamos durante o zazen não mede mais do que um metro quadrado. Apesar disso, pela prática correta, se não seguirmos nossos pensamentos pessoais, esse metro quadrado contém o universo inteiro. Então, onde querem ir? Onde querem ficar?
Antes de termos encontrado a prática, o mestre, o Caminho, queremos ir procurar em países longínquos. Alguns foram buscar os traços de Don Juan Matus, o sábio mexicano de Carlos Castañeda. Outros partiram para a Índia, para o Tibete, para o Japão. Mestre Deshimaru dizia, “Bem, de acordo, vocês querem ir ao Japão? Então vão como turistas ou em viagem de negócios, mas não percam seu tempo para ir lá para buscar o Caminho. Se quiserem visitar os templos, carreguem uma câmera fotográfica. Entrem pela porta da frente, atravessem o templo, passem ali uns dez a quinze minutos, isso basta... e saiam pelo outro lado!”
Venerar o que é mais elevado em nós mesmos nos faz praticar lá onde estamos. Um ditado taoísta muito conhecido nos diz: “O grande sábio vive na rua, o pequeno sábio entra na montanha”. Não venerem o dojo, nem a estátua de Buda, nem a foto do mestre sobre o altar, mas venerem o que há de mais elevado em vocês mesmos, o que está além de todo conceito pessoal.
Então porque ir aqui ou acolá para praticar?
Essa ideia é repetida em muitos sutras. No Sutra do Lotus, por exemplo, está dito que a verdade está bem próxima, bem perto, que ela não é nem complicada, nem longínqua, mas que nós simplesmente não somos capazes de vê-la... Com efeito, queremos sempre buscar longe. Queremos sempre definir – definir o satori, por exemplo. Mas defini-lo é dele nos afastarmos. Queremos sempre escapar de onde estamos, apenas evitar o aqui, evitar o agora. E, depois, inversamente, queremos voltar sobre os nossos próprios passos, mas não podemos mais, e então sentimos remorsos, pois pensamos que teria sido melhor... Eu frequentemente ouvi antigos praticantes dizerem que “na época do Mestre Deshimaru era melhor”. Mas os que não conheceram o Mestre Deshimaru crêem que na época de tal ou qual discípulo do Mestre Deshimaru era melhor... Um dia, alguém me disse que era melhor a época do dojo de Keller do que agora na rua Tolbiac. É a verdade que se afasta. É niho, dois elementos. Ni quer dizer “dois”; ho quer dizer “dharma, existência”.
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