que os Budas e os Patriarcas
transmitiram intimamente.
Agora que o tendes,
protegei-o bem.
Este poema trata do dharma que é o ensinamento absoluto do Buda, verdade cósmica. O dharma absoluto, sem erro, é zazen. O Buda e todos os mestres transmitiram esse dharma em silêncio. Os sutras, os koans, as conferências, as palavras são meios, mas, em última instância, não há necessidade de nada. O espírito do discípulo e o espírito do mestre devem harmonizar-se, comunicar-se. As duas consciências se fundem.
"A cada dia meu espírito e teu espírito se comunicam,minha consciência e a tua consciência também.
Eles não esquecem.
Eles são infinitos.
E, dia após dia,
minha consciência e tua consciência,
meu espírito e teu espírito,
se observam um no outro".
Tal é o ensinamento do Mestre a seu discípulo, sem fim, eterno.
Nos sutras, o monge Zen fala com uma linguagem sem osso. Isto significa que ele deve falar em todas as direções, abraçando as contradições.
Também está escrito no Shin Jin Mei:
"A fé é sem dualidade,
a não-dualidade é a fé".
Mestre Tozan encontrou, ao caminhar pelas montanhas, um eremita vivendo em uma pequena cabana. Perguntou-lhe as razões de sua vida naquela solidão. O eremita respondeu-lhe, "Em outro tempo, vi duas vacas que brigavam. Elas entraram no mar e desapareceram, as duas afogadas". Nada de oposição, nada de dualismo em nossa vida.
As conferências do Buda, os sutras, os koans falam do dharma, mas, ao fim e ao cabo, há apenas uma verdade absoluta: zazen. Algumas pessoas não praticam o zazen e discutem sobre o Zen e o budismo. São comparáveis ao gato que brinca com uma pedra preciosa ou ao bebê que se diverte com um monstro. Se conseguimos retirar as amparas em zazen, podemos descubrir a estrutura. Esse é o samadhi do Hokyo Zanmai, o s Espelho do Tesouro, segredo do Zen, essência do budismo.
Continuar o zazen aqui e agora...
Quando o Mestre Dogen voltou da China, abriu um dojo em Uji, no templo de Koshoji, e disse: "Voltei ao Japão sem nada, com as mãos vazias. Nada tenho sobre o budismo". E concluiu com esta frase célebre: "Uma vez, em quatro anos, na única manhã do décimo mês lunar, o galo cantou".
Nenhum comentário:
Postar um comentário